NOVA COMPETIÇÃO TEM PROJETO COMERCIAL INÉDITO NAS ARENAS E PODE ATRAIR TIMES CONHECIDOS EM OUTROS ESPORTES
Durante o encerramento da Temporada deste ano em Las Vegas a PBR – Professional Bull Riders apresentou oficialmente a PBR Team Series, sua nova competição em equipes que irá preencher o calendário do segundo semestre da entidade nos Estados Unidos. A novidade já era prevista desde que a PBR anunciou a reformulação do seu calendário, onde as competições da Unleash The Beast, seu principal campeonato, passarão a se encerrar em maio.
Apesar de não ter sido revelado ainda por completo, os detalhes que já se sabe da PBR Team Series mostram os planos ambiciosos da principal organização do Rodeio mundial, que tem como intenção atrair mais público e investimentos para o esporte. Para a competição está sendo formada literalmente uma nova Liga Esportiva que reunirá oito times que disputarão confrontos em eventos realizados entre os meses de junho e novembro, incluindo uma fase preliminar (temporada regular) com 10 etapas e a fase final (Playoffs e Championship), agendada para acontecer em Las Vegas de 04 à 06 de novembro de 2022.
Dentro da arena a competição seguirá um formato parecido com o Monster Energy Team Challenge, realizado nos meses de junho e julho de 2020 quando o campeonato principal estava paralisado devido a pandemia. A competição consiste em confrontos diretos entre dois times como acontece por exemplo no futebol, onde a equipe que marcar mais pontos nas cinco montarias que tem direito a cada jogo, soma uma vitória para a tabela de classificação. Os eventos terão a cobertura nos Estados Unidos pela CBS Sports Network na TV por assinatura, Rede CBS na TV aberta e no canal RidePass no PlutoTV, mas ainda sem previsão de cobertura no Brasil.
O grande diferencial da PBR Team Series é o projeto comercial inovador e inédito na história do Rodeio, onde seis das oito equipes terão a propriedade de investidores, marcas ou até mesmo times de outros esportes que pagarão uma “taxa gorda” (franquia) para fazer parte da Liga. Cada equipe terá direito a sediar um evento na fase preliminar, com a PBR realizando outros dois eventos em “campo neutro” e também as finais.
De acordo com o diretor-presidente da PBR, Sean Gleason, este projeto vem sendo desenvolvido já há muitos anos, o que colaborou para que parte dele fosse usado e testado no Team Challenge no ano passado. “Muitas coisas nos desafiaram a pensar sobre o negócio de maneiras diferentes. A pandemia nos forçou a sentar e reavaliar tudo, e uma dessas coisas que analisamos é se era hora de lançar o projeto das equipes que já vinha sendo estudado há anos,” declarou ele.
A PBR planeja pagar um total de US$ 6 milhões em prêmios durante toda a Liga, com os times sendo recompensados por desempenho e mais bônus proporcional pela colocação final ao termino da temporada. Em comparação, a premiação total das 28 etapas da Unleash The Beast nesta temporada, mais a PBR World Finals e o bônus para o Campeão Mundial foi de US$ 5,7 milhões.
MODELO COMERCIAL INOVADOR NO MUNDO DO RODEIO
Com o lançamento da PBR Team Series a entidade está oficialmente criando a modalidade de Montaria por Equipes, que embora ainda continue seguindo as regras originais da PBR, será totalmente desvinculada da competição individual tradicional. O objetivo principal é usar a Montaria em Touros para explorar todo o potencial dos esportes coletivos, que de forma geral historicamente atraem mais fãs que os esportes individuais.
A PBR Team Series é uma nova Liga Esportiva que está nascendo no formato que já é conhecido em diversos outros esportes onde vários times se unem e investem para criar e gerenciar sua própria competição, algo recorrente nos Estados Unidos, mas ainda pouco comum no mercado esportivo brasileiro. Neste caso, a nova liga será gerenciada inicialmente pela própria PBR, mas com a participação direta dos times que adquirirem uma das franquias.
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Inicialmente para a primeira temporada serão oito equipes, sendo que duas delas ficarão sob o comando da própria PBR e as outras seis negociadas com investidores e possivelmente times de outros esportes que poderão agora ter sua equipe de Montaria em Touros. O motivo da PBR manter dois times próprios é estratégico, primeiramente porque no início fica uma quantidade menor de times para negociar, ajudando a completar o projeto de forma mais fácil e principalmente porque se a competição for um sucesso o valor de cada franquia irá se multiplicar e valer muito mais nos anos seguintes.
De acordo com uma fonte do Sports Business Journal, uma das principais publicações do mercado esportivo mundial, a PBR está negociando cada franquia por US$ 3 milhões, ou seja, cada interessado em manter um time na nova competição terá que desembolsar o equivalente a mais de 16 milhões de reais na cotação atual. E pra quem pensa que o valor assusta os investidores esportivos na América, a PBR deve fechar todas as negociações nas próximas semanas, anunciando a propriedade e o nome dos times já no início de 2022.
EVENTOS EM REGIÕES ESTRATÉGICAS
Cada proprietário de equipe terá direito a sediar uma etapa da fase preliminar da competição, de dois ou três dias que será produzida em parceria com a PBR. A receita arrecadada com bilheteria, patrocínio e outras formas no evento será dividida 50/50% entre as duas partes. Todos os eventos da fase preliminar terão a participação das oito equipes e além das competições na arena cada evento terá também um festival western com diversas atrações ao longo da semana que promovam o estilo de vida dos cowboys e a cultura country.
Tanto na realização dos eventos quanto na gestão geral da Liga a PBR usará sua experiência em grandes produções, além de fornecer para a competição todas as suas mídias, incluindo a cobertura da TV. As equipes deverão usar uniformes próprios como ocorre na Global Cup e mais recentemente ocorreu no Cowboys for a Cause – o evento no navio, e poderão explorar os espaços para patrocínios, assim como ocorre nos demais esportes coletivos. Também será desenvolvido pela PBR um projeto para licenciar produtos da Liga e das equipes, e negociar direitos de imagens em todas as mídias, criando uma fórmula para distribuir a arrecadação entre cada franquia.

“É um desafio criar uma liga esportiva do zero, mas a PBR tem 27 anos de experiência na produção e operação de eventos que nos ensinaram muito sobre as cidades e regiões que queremos atuar. A parte mais difícil é realizar uma série de eventos para uma liga no modelo de franquia, mas nossa experiência nos ajuda a solucionar os problemas que podem aparecer e isso é uma vantagem sobre as demais ligas que começam do zero,” afirmou Sean Gleason, diretor-presidente da PBR.
As negociações incluem pelo menos 13 cidades estratégicas que são base de grandes mercados como Nova York-NY, Chicago-IL, Austin-TX, Nashville-TN, Albuquerque-NM, Sacramento-CA, Arlington-TX, Anaheim-CA, Greensboro-NC e Tacoma-WA, que estão entre as 100 mais populosas do país, além de Nampa-ID e Billings-MT, principais centros de seus respectivos estados e Fairfax-VA, que apesar de pequena é o centro de eventos mais conhecido nos arredores da capital Washington.
Além dos seis times de propriedades particulares que representarão alguma dessas cidades, os dois times operados pela PBR também irão representar duas delas e outras duas que ficarem de fora devem receber os dois eventos da temporada regular considerados como “campo neutro”. Todas estas cidades fazem parte de alguma das principais regiões metropolitanas da América do Norte, sendo que seis também farão parte do calendário da Unleash The Beast no primeiro semestre e todas as outras também já sediaram eventos do campeonato, incluindo locais tradicionais como Nashville, Anaheim, Greensboro e Nampa que ficaram de fora do novo calendário da principal divisão em 2022.
OS INTEGRANTES DOS TIMES SERÃO ESCOLHIDOS EM JANEIRO
Cada equipe contará com cinco competidores que serão “contratados” pelas equipes já no início do ano através de um “Draft” que será realizado na segunda semana de janeiro na etapa da Unleash The Beast em Nova York. O Draft é muito comum em outras ligas esportivas e nada mais é que a escolha ou recrutamento dos jogadores por cada equipe, seguindo uma ordem alternada, onde os times escolhem um atleta por vez.
O Draft da PBR Team Series será realizado com base na lista de competidores filiados a entidade e que se colocarem a disposição para participar da competição no segundo semestre. Ainda não foram divulgados quais serão as regras da escolha e nem se já serão escalados reservas e ou haverá técnicos nas equipes.
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Como as equipes devem ter que usar uniformes personalizados, pode ser que alguns dos principais atletas da PBR não participem devido aos seus contratos de patrocínios individuais, a não ser que haja uma liberação para estampar patrocínios próprios no uniforme da equipe, algo pouco improvável já que não ocorre na Global Cup e nem no Cowboys for a Cause.
Se isso se confirmar, a competição deve ser uma grande oportunidade para atletas jovens ou em ascensão, geralmente sem patrocínios ou com contratos de patrocínios mais flexíveis. Outra possibilidade ainda não confirmada é das equipes contratarem os competidores por um salário fixo na temporada, assim como acontece em outros esportes coletivos, iniciativa que beneficiaria os atletas que não ficariam dependentes de premiações.
Para Sean Gleason, o crescimento que o esporte terá através dessa nova competição é evidente, em especial pelo potencial de atrair novos fãs que irão se identificar com o time local. “Temos certeza que a PBR Team Series trará melhorias para os atletas e o nosso esporte em geral. Os fãs terão um novo jeito de torcer, as cidades anfitriãs e os parceiros comerciais das equipes terão inúmeras possibilidades de ações de marketing e nós usaremos a força da PBR para criar valor adicional a todos os envolvidos,” disse ele.
FORMATO DE COMPETIÇÃO SEMELHANTE AO TEAM CHALLENGE
Diferente do que acontece nas outras competições por equipes já realizadas pela PBR e também comuns no Brasil, onde todas as equipes concorrem diretamente entre elas, vencendo quem somar mais notas, na PBR Team Series as disputas serão por “games” (jogos) assim como ocorreu no Monster Energy Team Challenge, realizado em 2020. Neste formato, a disputa do time em cada noite é apenas com o time que está em seu game, não importando o resultado ou pontuação dos demais times naquela noite.
Serão quatro games por noite, cada um com dois times. Exemplo: Game 1 – Time A concorre contra o Time B, montam os cinco competidores de cada time e quem tiver a maior somatória de notas é declarado vencedor daquele game. Game 2 concorre Time C contra o D e assim por diante, sendo que as notas valem apenas para definir o vencedor de cada game, mas a classificação geral será contada pelo número de vitórias de cada equipe.
No segundo dia cada time faz um novo game contra um time diferente da noite anterior e o mesmo acontece na terceira rodada em eventos de três dias. Como serão 10 eventos com no mínimo duas rodadas cada um, na temporada regular (fase preliminar) os times farão entre 20 e 30 “jogos”, dependendo da quantidade de eventos de três dias que serão realizados. Assim, um time enfrentará todos os outros no mínimo duas vezes na fase preliminar, com alguns confrontos se repetindo até três vezes, mas sempre em eventos diferentes.

Ainda não foi divulgado o regulamento da fase final que acontece em Las Vegas, mas por uma lógica acredita-se que as seis melhores equipes após os 10 eventos da fase preliminar farão os “Playoffs” (mata-mata), com as duas melhores entrando diretamente nas semifinais na segunda noite e as outras quatro (3ª, 4ª, 5ª e 6ª colocadas) fazendo um confronto na primeira noite.
Desta forma, os dois vencedores do primeiro dia avançariam para a segunda rodada dos “Playoffs” (Semifinal) para confrontar com o primeiro e segundo colocados, de onde se definiria os dois times finalistas. A grande final (Championship) no domingo deve ter rodada dupla, onde cada competidor monta duas vezes e o time que somar mais pontos é o vencedor, assim como ocorreu no Team Challenge.
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