ANÁLISE: A MAIOR DISPUTA DE TÍTULO DA HISTÓRIA DA PBR

Neste fim de semana os dois principais "produtos" da PBR estarão frente a frente em um confronto de cinco noites pelo título mundial de 2019, um "prato cheio" para o mercado do esporte

O “confronto” entre José Vitor Leme e Jess Lockwood já é de longe a maior disputa de título da história da PBR. Uma disputa entre dois atletas tremendamente especiais, que é o sonho de qualquer esporte, não apenas dos campeonatos de rodeio.

Há exatos dois anos, quando Lockwood ganhava seu primeiro título mundial com apenas 20 anos e Leme chegava aos Estados Unidos montando em touros como se estivesse no sofá de casa e vencendo a PBR World Finals, eu disse que os dois eram os representantes de uma nova – e ainda rara – geração de esportistas.

Quis o destino que o confronto entre os dois, previsto já para 2018, viesse de fato a acontecer somente este ano. E graças ao mesmo destino – e claro, a seus esforços – eles ocupam as duas posições de destaque do ranking.

O brasileiro e o norte-americano, respectivamente com 23 e 22 anos, são sem sombra de dúvidas, os dois principais “produtos” da PBR na atualidade e nada melhor do que um confronto direto entre eles, no principal evento do ano, disputando o principal título do ano.

Leme e Lockwood, são dois fenômenos, tanto em cima dos touros, quanto em mídia. O norte-americano foi colocado no posto de queridinho da América, quando J.B. Mauney passou a perder competitividade depois de seu segundo título mundial, e correspondeu a altura.

Para os gringos, que já tinham mídia em cima de competidores lá nos anos 70, não é difícil se enquadrar nos padrões do mercado esportivo, várias gerações já se criaram neste ambiente. Para os brasileiros, isso tudo ainda é um “bicho de sete cabeças”, devido a vários fatores que nem vem ao caso agora.

Mas, José Vitor se enquadra no jogo deles, enxerga a montaria em touros como um esporte, sabe da importância de ser um representante do esporte na grande mídia e vem quebrando uma barreira que pouquíssimos brasileiros que competiram na América, ousaram atravessar. E o resultado, não tem como não ser positivo.

A diferença de pontos entre os dois, nem é a menor desde que este sistema atual foi adotado – Kaique Pacheco e Cooper Davis chegaram a Las Vegas em 2016 com uma diferença de 222,83 pontos. Leme e Lockwood estão separados por exatos 749,00 pontos.

E claro, há ainda outros competidores com chances matemáticas, que podem vir a ganhar o título mundial. Porém, não há duvidas que, nos próximos cinco dias, todos os holofotes estejam virados para os dois, assim como aconteceu praticamente durante toda a temporada.

São eles que mais vendem ingressos, são eles que despertam interesse na TV, são eles que fazem as redes sociais do campeonato se movimentar. No momento em que a PBR atinge sua maior popularidade, seu maior potencial de mídia – até aqui – quis os “deuses das esporas” que Leme e Lockwood chegassem a esta final na primeira e segunda posição.

A colheita deste “confronto” será farta para a PBR e toda a indústria do rodeio de forma geral.


ABNER HENRIQUE THERÉZIO é publicitário, produtor de eventos e fanático pelo rodeio há mais de 20 anos. É proprietário da Agência PrimeComm, empresa que presta serviço de comunicação e marketing para eventos, campeonatos, empresas e profissionais do rodeio e provas equestres, além de fundador da PrimeComm Sports, única agência de representação de atletas que atuou no rodeio brasileiro nos últimos anos

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