CONHEÇA OS PRINCIPAIS DESTAQUES DO EVENTO DE MONTARIA EM TOUROS À BORDO DO NÁVIO USS LEXINGTON
Um evento à bordo de um dos mais famosos navios norte-americanos com a arena a cerca de 15 metros de altura e com vista para o mar, por si só já é uma das maiores jogadas de marketing da história da PBR. Mas a segunda edição do PBR Air Force Reserve Cowboys for a Cause teve outros muitos pontos que merecem ser destacados quando o assunto é ações de marketing, tanto na divulgação do evento em si, quanto no retorno de mídia aos patrocinadores.
Criado em 2020, o evento beneficente reuniu no último sábado alguns dos melhores competidores do mundo em uma competição por equipes à bordo do USS Lexington, navio porta-aviões que participou da Segunda Guerra Mundial e que hoje está ancorado em Corpus Christi no Texas onde serve como museu militar. O evento tem como objetivo homenagear as Forças Armadas norte-americanas e arrecadar fundos para instituições que auxiliam ex-combatentes.
A edição deste ano também foi em memória do competidor brasileiro Amadeu Campos, falecido em um acidente em uma etapa do Pendleton Whisky Velocity Tour em Fresno na Califórnia no dia 29 de agosto. Os 24 competidores convidados doaram os US$ 100 mil da premiação para a família do competidor e foram seguidos pela própria PBR que doou mais US$ 100 mil e abriu uma “vaquinha” virtual para arrecadar doações se comprometendo acrescentar o valor necessário para se chegar a outros US$ 100 mil com o que for arrecadado na internet. A Ariat Boots e o Pendleton Whisky, dois dos principais patrocinadores da PBR doaram também mais US$ 25 mil cada.
Por ser ligado ao mundo militar e realizado no famoso “Blue Ghost” (Fantasma Azul), um dos ícones de Guerra dos Estados Unidos, o evento tem um grande apelo entre o público e certamente será um dos destaques esportivos do ano. Apesar de não fazer nenhuma alusão direta ao fato, o evento aconteceu em um momento de grande debate e comoção no país devido aos recentes episódios do Afeganistão e também às vésperas do “11 de setembro”, que está completando 20 anos, ambos fatos que mexem muito com o orgulho dos norte-americanos.
AÇÕES ANTES DO EVENTO
Antes do evento também foram realizadas ações na cidade de Corpus Christi, como parte da divulgação do “Cowboys for a Cause”. Na sexta-feira os competidores João Ricardo Vieira, Kaique Pacheco, Ezekiel Mitchell e Cole Melancon visitaram a Naval Air Station, uma Base Aérea da Marinha dos Estados Unidos localizada na cidade onde conheceram o dia-a-dia do treinamento dos militares e algumas aeronaves. Depois de assistir uma demonstração de treinamento do Corpo de Fuzileiros Navais eles ainda ajudaram a transportar alimentos no local como cumprimento de um dia de serviço em homenagem aos militares.
Depois o grupo de competidores se juntou ao tricampeão mundial Silvano Alves e mais alguns funcionários da PBR para colaborarem na revitalização de um parque infantil na cidade, onde puderam ajudar a espalhar a forragem que cobriu o chão, entre outras atividades.
AÇÕES SOLIDÁRIAS
Assim como também havia acontecido no ano passado o evento arrecadou fundos para o apoio de ex-combatentes de guerra, desta vez através da Farmer Veteran Coalition, uma instituição que presta apoio a ex-militares que trabalham na agricultura. Entre as várias doações incluindo de patrocinadores a entidade recebeu US$ 125 mil através do evento. Também em uma ação envolvendo o patrocinador Kubota foi doado um trator para um ex-sargento indicado pela instituição e que trabalha com criação de gado no estado do Arkansas.
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PATROCINADORES DO EVENTO
Por ser um evento especial os patrocínios são negociados à parte, assim como acontece nas edições da Global Cup, por exemplo. Desta forma, apesar das marcas que patrocinam oficialmente a principal divisão terem prioridade na negociação, elas precisam pagar um valor à parte para estarem no evento, já que ele não estava no acordo inicial. Com isso, nem todos os patrocinadores oficiais – atualmente são 30 – colocaram suas marcas no evento, além de ser aberto espaço para novas marcas que desejam se envolver pontualmente com o esporte.
Geralmente por ser um evento de grande repercussão e facilmente confundível com um evento da Unleash The Beast, é de praxe que não se venda patrocínio para uma marca concorrente a de um patrocinador oficial, quando esta primeira não quer participar do evento especial, porém pode acontecer. Nas duas últimas edições da Global Cup um dos patrocínios especiais foi vendido a Levis, marca de confecções concorrente a Wrangler, patrocinador mais antigo da PBR e que não esteve presente oficialmente naqueles eventos.
Como o Cowboys for a Cause é um evento reduzido tanto em tamanho físico quanto em formas de divulgação, são colocadas à venda menos cotas de patrocínio. A edição deste ano contou com oito patrocinadores diretos, sendo os mesmos que deram nomes as equipes, onde tiveram direito a presença no uniforme dos competidores, sinalização em placas na arena e nos bretes, anúncios no intervalo comercial da CBS Sports e ações antes do evento em redes sociais e ao vivo.
Entre os patrocinadores deste ano estavam, Wrangler, Pendleton Whisky, Boot Barn e Kubota, que patrocinam oficialmente a primeira divisão, além de South Point e Lucas Oil, parceiros oficiais do Velocity Tour, Bad Boy Mowers, que já foi patrocinador oficial da PBR e ainda realiza ações em alguns eventos durante o ano e Zip Recruiter, que marcou presença pela primeira vez na PBR.
AÇÕES NA INTERNET
Com pouco espaço para a divulgação do evento, a semana foi bem movimentada e a PBR fez diversas ações envolvendo os patrocinadores. Entre as ações no site oficial destaque para dois conteúdos que também foram distribuídos a imprensa. O primeiro deles uma matéria apresentando os competidores que mais se destacavam em cada equipe com o título “Zip Recruiter Top Recruits”, apresentada pela marca que é uma plataforma de anúncio e recrutamento de emprego. O segundo destaque ficou por conta da tradicional matéria “Morning Line”, apresentada em todas as etapas com as estatísticas dos principais confrontos daquele dia e que nesta etapa foi chamada de “Bad Boy Mowers Morning Line”.
Após o evento também foram realizadas as ações na redes sociais com a “Shot of the Day” (Foto do dia) que destacou o time campeão e foi apresentada pelo Pendleton Whisky, o “Boot Barn First to the 8” (Primeiro para o 8 – segundos), vídeo da primeira montaria qualificada do evento realizada pelo brasileiro Maurício Moreira e “South Point Celebration of the Weekend” (Celebração do Fim de Semana) que destacou a vibração de José Vitor Leme após sua montaria na Final.
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UNIFORMES DOS COMPETIDORES
Assim como também acontece na Global Cup os competidores precisam usar um uniforme próprio do evento, não podendo apresentar nenhum patrocinador particular. Em eventos habituais a PBR permite que os competidores possam expor seus patrocinadores pessoais em suas roupas ou equipamentos, mesmo quando é uma marca em choque (concorrente) com um patrocinador oficial do campeonato.
Ao contrário do que acontece ainda no Brasil, a PBR nunca usou uniformização dos competidores em seus eventos regulares, dando espaço para os competidores divulgarem seus patrocinadores pessoais, pelo fato do patrocínio aos atletas ser algo tratado profissionalmente pelas marcas nos Estados Unidos já desde a década 70. Como já explicamos em uma matéria aqui no Portal Rodeio S.A., a uniformização dos competidores no Brasil é uma forma dos organizadores se defenderem da forma amadora que as marcas ainda tratam o patrocínio de atletas de Rodeio por aqui.
Da mesma forma que havia ocorrido no Cowboys for a Cause em 2020, os competidores usaram camisetas das equipes sobre as duas camisas e coletes, além de também usarem as calça de couro fornecidas pela PBR. Nenhum patrocinador pessoal pode ser exposto, sendo a única exceção o capacete do atual Campeão Mundial José Vitor Leme que manteve a marca da Monster Energy, por ser o principal patrocinador da PBR, apesar de não ter contrato especificamente com o evento. As demais marcas presentes em outros capacetes tiveram que ser tampadas.
Esta prática embora não seja muito favorável aos patrocinadores particulares dos competidores é certamente compreendida por eles, já que deve-se considerar que a PBR deixa as marcas serem promovidas na maioria dos seus eventos. E os diretores de marketing dessas empresas também sabem que isso não irá virar uma regra e que eles sempre terão espaço nas etapas habituais.
TRANSMISSÃO NA TV
As competições aconteceram na tarde de sábado e foram exibidas na TV por assinatura no domingo em um dos horários mais nobres do fim de semana no canal CBS Sports, entre 11h e 13h do horário local. Não houve transmissão ao vivo em nenhum outro local, guardando a exclusividade para o canal no domingo, inclusive com a PBR não fazendo nenhuma postagem sobre os resultados no sábado para dar a impressão aos mais desavisados que a transmissão era ao vivo, apesar dos resultados estarem disponíveis no site oficial em tempo real.
O formato foi o padrão da PBR, com o locutor esportivo Craig Hummer e o bicampeão mundial Justin McBride apresentando e comentando as montarias e a repórter Kate Harrison entrevistando os competidores. O áudio foi captado em tempo real no evento exclusivo para a TV, ganhando depois uma edição de imagens que fez o programa ter duas horas exatas de duração, incluindo os intervalos comerciais. Hummer e McBride apresentaram exclusivamente para a TV, enquanto na arena a apresentação para os presentes foi de Matt West e Luke Kaufman, participações do animador Flint Rasmussen e do salva-vidas Shorty Gorham com Harisson fazendo a entrevista com a equipe campeã simultaneamente para a TV e a arena.
FORMATO DA COMPETIÇÃO
Devido ao formato e logística do evento, e também por ele já ter muitos outros diferenciais, a forma da competição por equipes foi bem simples, sem grandes inovações. Os 24 competidores foram convidados através de suas posições no ranking e formaram oito times com três integrantes cada. No Round 1, cada competidor fez uma montaria e os três times que mais somaram pontos tiveram direito a montar novamente no Round Final.
Como a vaga na Final era pela somatória dos times, houve competidores que não marcaram nota no Round 1, mas voltaram para o round decisivo pela somatória obtida pelos seus companheiros, enquanto outros permaneceram os oito segundos no Round 1, mas não foram a Final por conta de seu time não somar notas suficientes para estar entre os três primeiros. Na Final outra particularidade é que todas as notas foram zeradas e venceria o time que somasse mais notas.
Outro detalhe interessante é que dentro das equipes os competidores foram designados como Capitão, Comandante e Tenente, uma forma apenas simbólica de fazer referência aos militares.
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